quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

DIÁRIO DO ANDRÉ - DE 03 A 21 DE FEVEREIRO DE 2013

Dia 13 o André teve retorno com a neurologista, que aumentou o Risperdal de 2 ml por dia para 3, 1 1/2 de manhã e 1 1/2 a noite, e manteve igual o Tofranil. Deu uma boa melhorada no humor dele, está bem menos agressivo e nervoso, porém, está bem mais emotivo, chora sentido por qualquer motivo. Muitas vezes fico agoniada de ver, pois não sei como ele se sente com tanto remédio...Ele ainda não sabe expressar o que sente, e muitas vezes se enrola para expressar até o que quer. Temos que fazer muito esforço para entendê-lo ás vezes, pois fala muito de pressa, e as vezes enrola as palavras, se tornando ininteligível, e fica muito frustrado quando não o entendemos. Faz uma semana que retornou ás aulas, mudou sua professora, que a princípio seria a Patrícia, que foi professora do Léo, agora é a Mauren, professora nova, que, segundo me disse a diretora da escola, tem prática com crianças especiais. Ainda não deu pra perceber a veracidade disto, pois ainda não tivemos uma reunião, mas a primeira impressão que deu, foi de que ela é bem rígida. A Joana, anjo da guarda do André, continua com ele, agora o tempo inteiro, isto me deixa um pouco mais tranquila, porém, ele já começou a reclamar para ir pra escola, diz que não quer ir, que a professora é brava, briga com ele...diz que tem medo, que não gosta da professora. Porém quando chega lá, ele entra numa boa, sem reclamar. Mas quando pergunto como foi na escola, ele nunca diz diretamente, sempre diz as mesmas coisas, que foi tudo bem, que brincou, que comeu (sempre arroz com feijão). Só reclama e lamenta mesmo na hora que acorda e se troca para ir. Portanto fico sem saber ao certo se de fato a professora briga com ele, tenho que averiguar melhor. O CEMA marcou para ir na escola dia 06 de Março para conversar com a professora e começar o acompanhamento escolar. Como ele mudou também o horário do atendimento no CEMA, para uma hora e meia por dia, eles farão basicamente o acompanhamento escolar, fono e terapia ocupacional lá. A psicologa começará a atendê-lo diretamente no consultório, e trabalhará ludoterapia com ele, provavelmente a partir de Março. Percebo que a medida em que ele vai crescendo, cresce junto minha agonia, pois na verdade não sei bem seu nível de compreensão. Não sei até que ponto ele assimila e compreende as informações que recebe. Sei que ele sabe ler, sabe escrever, está se expressando melhor, porém não sabe bem o certo e errado, não entende quando explicamos as coisas para ele, muitas vezes parece que ouve e faz o que foi determinado por repetição, sei lá, é meio confuso...até eu fico confusa, pois ele pode até ler uma frase, escreve-la, mas não sabe o que significa...e não sabe explicar se entendeu...sei que tenho que dar tempo ao tempo, mas muitas vezes, dá um ataque de ansiedade, de agonia. Semana que vem iremos fazer a triagem em um psiquiatra indicado pelo CEMA, que faz o acompanhamento da maioria das crianças de lá, e elas acham válido que ele faça uma avaliação do André. Vamos ver como será. A Dr.ª Andréa reluta em diagnosticá-lo como Autista, o que me deixa ainda mais confusa, pois, se ele não é Autista, é o que? Só uma criança difícil? Então porque ele passa por tantas dificuldades? Porque necessita de remédios constantes, pois sem eles, fica agressivo, hiper agitado, para até de falar compreensivelmente? Porque começou a falar tão tarde e não gostava de se envolver com as pessoas, e hoje, já se envolve, porém nem sempre da maneira correta, quer abraçar e tocar em todos, até pessoas estranhas, chorava horas sem parar, e até hoje não tolera mudanças na rotina? São tantas dúvidas, que apesar de confiar muito na Dr.ª Andréa, neste ponto discordo dela. Ás vezes sinto que precisamos procurar alguém que o diagnostique, porém, será que é mesmo necessário? Não temos provas mais que suficientes? Autista ou não, ele está sendo bem acompanhado, bem tratado, fará alguma diferença a confirmação do diagnóstico? Não sei...Tenho muito medo com relação a isso. Sei que fazemos o melhor pra ele, tentando sempre ajudá-lo a superar suas dificuldades e frustrações, e encontrar seu lugar no mundo. Sei que, independente do diagnóstico definitivo do que ele tenha, sempre estaremos do lado dele, pois ele é muito querido e amado por toda família, e com certeza, sempre moveremos céus e terra para ajudá-lo e estar sempre do seu lado, pro que der e vier...

OS DOIS PORQUINHOS




Um comentário:

Lílian disse...

Adorei seu diária! Muito legal você compartilhar suas angústias,ansiedades e alegrias pois também me sinto como você, tenho um filho com suspeita de autismo. Pena que parou de escrever!

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