sexta-feira, 14 de novembro de 2014

DIÁRIO DO ANDRÉ - DE 30 DE SETEMBRO Á 13 DE NOVEMBRO DE 2014

 

 Já faz algum tempo desde o ultimo  post, e está na hora de botar em dia. Nestes mais de 30 dias sem escrever muita coisa mudou. A grande maioria pra melhor, com alguns altos e baixos. A principal alteração foi com a medicação, que passei a administrar com 1 anafranil + 0,75 ml. de risperdal pela manhã e 1 ml. de risperdal a noite. Fazem mais ou menos uns 20 dias desde que alterei, e ele está respondendo muito bem. Tanto que fazem umas 3 semanas mais ou menos que não sou chamada mais cedo na escola. Estou pegando-o sempre logo após o intervalo para o recreio, e graças a Deus a maioria das vezes ele está ficando bem e cooperando com as atividades. Tem uma crise ou outra de raiva, mas mais por conta de um ou outro incidente durante a aula. Sua rebeldia está bem mais controlada, e sua boca também, não tem falado tanto palavrão. Ontem ele teve retorno com a neuro, que queria aumentar um pouco o risperdal, mas não deixei, como disse a ela, ele está muito bem, e em time que está ganhando não se mexe. Ela concordou então, de mexer só quando começar a desregular de novo, então chegamos em um consenso. Porém ela continua afirmando que os efeitos colaterais do risperdal com uso a longo prazo são muitos, então chegamos a um acordo de que em janeiro talvez tentemos mudar para o paraperidona, ou INVEGA, que ela disse ser a risperidona aperfeiçoada, sem os efeitos colaterais. Vamos ver, se ele continuar assim, não sei se vou querer mexer. Não sei, estamos meio que traumatizados com essas alterações de medicação. Sei que com o tempo para de fazer o mesmo efeito, que as doses passam a ser insuficientes, mas tenho medo de que com o tempo ele precise de remédios cada vez mais fortes para se controlar, e isso não é nada bom. Ás vezes tenho vontade de tentar alguma outra coisa para tentar controlar as crises, mas ainda não encontrei nenhuma saída que não seja a medicamentosa. Tem a linha sem glúten e sem caseína, adotada com sucesso por muitas pessoas, mas com ele é complicado, pois agora é que ele está começando a aceitar diversidades de alimentos, ele sempre foi muito seletivo para comer, e continua um pouco, e eu teria que cortar as poucas coisas que ele come bem, não sei se daria muito certo ainda. Só terapias comportamentais também seria difícil agora, pois ele só responde bem a terapias quando está medicado, pois do contrário ele se rebela e não aceita. Então acabo de novo na medicação. Sei que tem muitos autistas de alto funcionamento como ele que se dão muito bem com vários métodos e terapias e alimentação diferenciada, mas já ficou bem constatado que o caso do André, apesar de ele ser muito inteligente, ainda precisa das medicações. Mas vou tentar sempre manter as doses mínimas para não agredi-lo tanto. Infelizmente meu sonho de vê-lo livre de toda essa agressão química ainda não é possível, mas continuo mantendo a fé de que um dia nós conseguiremos. Até lá, temos que aproveitar que ele está tão bem e tentar tirar o máximo de proveito em benefício dele, como a Ana Clara está fazendo na escola, passando atividades extras que o estimulam a pensar e aprender o máximo possível. Apesar de toda sua melhora, ainda me preocupa sua hiperatividade, até a neuro notou como ele está a mil, como se estivesse conectado no 220. Dá a impressão que o cérebro dele está trabalhando mais rápido, absolvendo mais coisas, mas também não dá descanso, ele não consegue ficar muito tempo parado, está sempre em movimento, e prestando atenção em tudo. O que aumentou muito também nesses últimos dias foram seus exageros. Dá pra perceber em pequenos incidentes diários, que pra ele se tornam o fim do mundo. Temos que tomar muito cuidado com o que falamos perto dele, porque ele ouve tudo e leva tudo muito ao pé da letra. Qualquer conversa banal pode se transformar em uma crise de choro para ele. Outro dia, não sei o que o Léo falou pra ele enquanto brincavam que ele ficou desesperado, me procurando pela casa, quando me encontrou me agarrou, disse que achou que eu tinha morrido, que nunca mais ele me veria, que não queria que eu morresse, que o mundo ia acabar...qualquer frase solta que ele ouve, que envolva morte, acidente, ou quando eu repreendo algum dos irmãos na frente dele, viram tempestades. Quando ele quer comer então...até rola no chão, diz que está morrendo, que está fraco, que precisa comer, que não aguenta...até alguém da algo para ele comer. Fica impossível...Tenho que ter o dobro de cuidado com ele agora, pois na rua sai andando e não dá a mínima atenção a ninguém quando o chamamos ou corremos atrás dele. Também está super comunicativo, falando bem e com desenvoltura, isso é maravilhoso...só que ele fala com todo mundo que encontra, tenho que ficar o tempo todo atrás dele. Sua fixação por carro só aumenta dia a dia, e também muda dia a dia, pois a cada dia que passa ele vai dirigir um carro diferente, cada dia ama um carro diferente...No geral estamos vivenciando uma fase ótima, graças a Deus, depois de tanto stress dos últimos meses... Conseguimos até levá-lo em um parque de diversões...Ele amou o carrinho de bate bate, mas ficou realmente fissurado (e frustrado) pela montanha russa. Só que ele não pode ir devido a altura mínima. Toda hora ele voltava e tentava driblar a segurança. Foi triste ver, pois toda hora que ele voltava para se medir, ficava na pontinha do pé pra alcançar a medida, mas os seguranças foram taxativos, não podia ir...e ele saia todo cabisbaixo, mas sem escândalo nem choro. E voltava de novo...ele sabe ser bem persistente. No caminho pra casa o Léo perguntou qual brinquedo ele mais gostou...adivinhem qual ele respondeu? Outro dia o Lony o deixou na escola e foi levar o Léo. Só que a Ana Clara teve um problema e foi embora, então me ligaram pedindo se dava pra buscá-lo. O Lony voltou e o levou pra casa. A noite, fomos buscar o pai no trabalho e na volta ele perguntou se podia passar na padaria - pra comprar um docinho - O Lony perguntou pra ele se ele tinha ficado bonzinho na escola, pra testá-lo, e ele disse que sim. O Lony perguntou se ele obedeceu a Ana e se fez as atividades e ele continuou afirmando que sim...Aí o Lony disse pra ele: Como você ficou bonzinho se você não foi na escola? Ao que ele respondeu na lata: Claro que fui, só um pouquinho mais fui...Certo!!Ponto pra André Yuri!














DIÁRIO DO ANDRÉ - 27 DE ABRIL DE 2022 (versão especial)

 Então, já faz algum tempinho que esse blog já tá abandonado, apodrecendo e criando mofo, sabe... então decidi fazer uma breve atualização, ...