quarta-feira, 30 de outubro de 2013

GRANDE ATUALIZAÇÃO - DE JULHO A OUTUBRO DE 2013

DEPOIS DE TANTO TEMPO, Ó EU AQUI DE NOVO
Caramba, quanto tempo sem escrever. Só correria e tensão nestes 3 meses sem escrever. O André está bem, apesar de nas últimas semanas estar apresentando muita ansiedade, inflexibilidade e intolerância. Dia 22 de julho teve retorno na neuro, que pediu exames de sangue de controle e aumentou o Tofranil para dois comprimidos de manhã, 2 de noite. Os exames deram tudo normal, e o aumento do remédio não representou mudanças significativas,  a única coisa que notei de diferente foi que voltou a ficar muito chorão, mais exigente. Fazem mais ou menos 2 meses que a Joana, a monitora que sempre o acompanha na escola se afastou, pois sua mãe está doente, e tem outra monitora em seu lugar. No começo até que ele não reclamou, ainda não reclama, porém voltou a dormir na escola. Não faz mais as atividades propostas, chega e dorme, quase todos os dias. Não sei se é uma forma de protesto com a mudança, ou se, novamente, está muito cansado da escola. Em casa, cada vez mais se mostra exigente, brigão, toda hora quer companhia para jogar computador com ele e exige isso. Para evitar maiores atritos e birras, sempre alguém está com ele jogando. Outra mudança que houve neste período, foi que compramos uma cachorrinha, uma rottweiller. Ele gostou, brinca com ela, mas dá pra ver que não criou um laço de amizade, como aconteceu com o Léo, por exemplo. Pra ele é como se a cachorrinha fosse mais um objeto da casa, que ele de vez em quando brinca, aperta, acaricia e pronto. Não liga muito pra ela como os outros fazem. Outra mudança significativa que percebi, foi que aumentaram suas crises de angustia. Fica angustiado de repente, parece ansioso, chora do nada, sem motivo aparente ou por causas inexplicáveis. Não sei se pode ser reflexo de nosso estado de espírito, pois estamos tentando um financiamento, que está enrolado, demorando, temos que entregar a casa em que moramos, já deu tudo certo nas análises e nada de sair contrato, temos que ver a nova escola pra ele pro ano que vem, e tudo depende da mudança, então estamos vivendo dias de muito estresse, já empacotei um monte de coisa, ele está vendo várias caixas pela casa, nos ouve sempre falando da mudança, já conversei com ele, tentando prepará-lo, mas acho que talvez isso também esteja contribuindo para esta ansiedade e angustia. Outro motivo pode ser o afastamento da Joana, como já disse. Enfim, como ele não consegue expressar seus sentimentos, fica muito difícil saber o que está se passando em sua cabecinha. Só sei que nestas horas, eu o aconchego bem gostoso, fico conversando com ele, fazendo carinho, mostrando que estou ali, que sei o que ele está sentido...mal sabe ele que fico mais angustiada que ele nestas horas, pois me dói vê-lo chorando e não poder fazer nada... Também está ficando difícil sair com ele de casa, de novo, não quer sair, fica perguntando aonde vamos, quando vamos voltar, diz que é muito longe, que o pai não vai saber como voltar...e dependendo da onde vamos, se não vamos ficar pra dormir, e começa a escurecer, começa a ficar angustiado, nervoso, quer ir embora, começa toda hora a perguntar, a chorar, fica difícil de contê-lo, até irmos embora. Certa vez, quando fomos buscar a cachorrinha que compramos, aproveitamos uma ida a São Paulo, e na volta, mudamos um pouco o percurso para passarmos em Cabreúva, que é onde fica o canil. A partir da hora em que ele percebeu que saímos da Bandeirantes, que é o caminho normal, ele já começou a ficar angustiado, nervoso, bravo, ficava dizendo que o pai errou o caminho, que nunca mais iria achar a casa dele, que ia ficar perdido, que não sabia ir pra casa, enfim, ficou extremamente agitado e nervoso, até o momento em que pegamos a cachorra e voltamos. Quando entramos na Anhanguera acabou o suplicio, ele deu um suspiro aliviado, como quem diz: Agora sim, vou pra minha casa!! Enfim, esses três meses sem atualizar foram bastante agitados, e com certeza os próximos serão tanto quanto. Assim que possível escreverei novamente, pra contar como foi sua formatura - espero que ele esteja um pouco mais animado do que esteve na apresentação que ele fez no dia da família na escola, quando ele estava totalmente desinteressado e sem fazer a mínima questão de colaborar - e como foi na mudança - que espero que aconteça até lá...Também houve mudança da psicóloga do CEMA, que era a Elis, agora entrou uma nova, só que tive uma unica reunião com ela até agora e não lembro seu nome. Ele ainda não falou nada da nova psicóloga, mas já disse umas vezes que quer ir pro laboratório da Elis, que é como ele chama o consultório dela em que ele foi atendido nas últimas vezes, em Iracemápolis. Vamos ver ainda como vai ser o atendimento do ano que vem, pois esse ano ele frequentou só 1 1/2 por dia, na verdade, não sinto que este ano o CEMA tenha feito alguma diferença com relação ao seu desenvolvimento, passando tão pouco tempo lá. Por um lado foi bom, afinal, realmente lá tem uns casos bem mais complexos que o dele, mas por outro lado, eu e o Lony que ficamos com quase toda responsabilidade este ano, tentando fazê-lo fazer as lições de classe, que ele não quis fazer em sala - ele faz as lições de casa no CEMA a maioria das vezes, outras ele faz em casa, mas tanto lá quanto cá demonstra o mesmo desinteresse..., tentando fazê-lo pintar os desenhos - coisa que ele passou a detestar...controlando suas crises de agressividade, suas crises de palavrões - que começou a falar este ano, mas já está quase controlado, suas crises de angústia e choros, enfim, somos mais nós do que o CEMA que estamos cuidando dele este ano...Não que seja ruim, só que quando esses cuidados eram divididos com eles a carga era mais leve, tínhamos mais com quem conversar ou esclarecer as dúvidas, mas, vamos ver como fica o ano que vem...Quem sabe ele nem precise ir mais, aí pode ser que seja até melhor...

 Total desinteresse na apresentação, só com muito carinho e paciência foi que a Rosângela conseguiu alguma coisa dele...


Tédio total, quando ele não está interessado em algo dá fome, dá sono, dá de tudo pra fugir da situação









Com cara de sono, com calor, com tudo, menos vontade de participar...




domingo, 14 de julho de 2013

PROBLEMAS DE COMPORTAMENTO



PROBLEMAS DE COMPORTAMENTO 
Mônica Accioly
Os pais das crianças com autismo geralmente são responsabilizados pelos “ataques de birra” de seus filhos. As pessoas não entendem as reações das crianças e culpam os pais por não “darem limites” a seus filhos.
Como estamos acostumados a manter o controle nos ambientes que freqüentamos, ninguém imagina como o cérebro de uma criança pode entrar em “sobrecarga” (palavra muito usada pelos próprios autistas para descreverem o que sentem). Elas freqüentemente não conseguem filtrar os estímulos que as cercam (auditivos, visuais e táteis) e sentem como se todos os atingissem ao mesmo tempo, com a mesma intensidade. Para nós, a adaptação e a “filtragem” dos estímulos é automática. Escolhemos aquele estímulo que mais nos interessa numa situação (a voz de uma pessoa, por exemplo) e, automaticamente, os outros ficam em segundo plano. No autismo não é assim. A criança não consegue fazer isso automaticamente. O seu cérebro fica confuso devido a entrada de vários estímulos ao mesmo tempo e ocorre a sobrecarga. Muitos dos problemas de comportamento apresentados por essas crianças, deve-se a um colapso no controle dessa filtragem de estímulos. Portanto, quando seu filho tiver uma “crise de birra”, primeiramente observe:
1 - Avalie a situação em que ocorre o problema de comportamento. Lembre-se dos diversos estímulos (excesso de luzes, sons, vozes, multidão, toque, mudanças na rotina, imprevistos, situações novas ou desagradáveis, etc) que “sobrecarregam” os sistemas sensoriais da criança com autismo.
2 – Quando as crianças têm um sorriso no rosto, podem cooperar e prestar atenção. Mas quando estão cansados, confusos, frustrados, ansiosos, podem entrar em devastadora “sobrecarga de sensações”. 
3 – A maioria das crianças “sinaliza” sua ansiedade de alguma forma. Talvez se torna agitada e, neste caso, essa agitação deve ser interpretada como comunicação : “Salve-me antes que eu perca o controle”. 
4 – A dificuldade em comunicar algo ou pedir ajuda pode levar a um estado de frustração. 
5 – Eles não gostam de perder o controle. Essas reações não são planejadas, são reações, isto é, a criança reage a algo que a incomoda ao extremo. Ao extremo dela perder o controle! 
6 – Quem mais sofre nestas situações é a própria criança. Para ela, é difícil “voltar” depois que ultrapassou o próprio limite de “sobrecarga”. 
7 – Você pode ajudar a criança a “voltar”. 

PARA EVITAR QUE AS CRISES DE BIRRA OCORRAM, LEMBRE-SE : 
A – A criança com autismo pode não generalizar uma regra. Talvez ela se comporte em casa mas não na escola, ou ao contrário. Pode aprender a se comportar numa situação, num determinado ambiente, mas para se comportar num outro ambiente, vai ter que aprender 
novamente. Cada vez é a primeira vez. É preciso sempre lembrá-la de como deve se comportar. 
B – Quando a criança fica sem ter o que fazer, podem ocorrer os movimentos de auto-estimulação ( que também os ajudam a lidar com uma situação nova ). Nestas ocasiões você pode oferecer a ela algo que seja mais interessante. Mas a família deve procurar preencher o tempo da criança de maneira sistemática ( usar figuras sobre a rotina diária pode ajudar). 
C – Situações novas ou inesperadas também causam ansiedade. . Prepare sempre o seu filho para o que vai acontecer. Ele vai ficar mais calmo. Se você usar figuras, vai ser mais fácil ele entender, principalmente se ele perceber que depois de uma situação difícil (ida ao médico ou a o dentista, por exemplo), ele vai poder descansar ou fazer algo que gosta. 
D – Criticar , provocar, insistir que uma recusa da criança é “bobagem”, é contra-produtivo e piora as coisas. Respeite os limites do seu filho. Lembre-se de que você pode estar forçando limites de tolerância sensoriais ou emocionais. Ele pode, sim, se acostumar a algumas situações que a princípio são difíceis para ele, mas para isso precisará de tempo e paciência. 

CASO AS CRISES OCORRAM : 
Seu filho não sabe o que fazer para “voltar” ( lembra-se que ele perdeu o controle?) nem o que fazer para se corrigir. Ele precisa que você não perca o controle! Ajude-o falando baixo, com voz suave e calma, repetindo uma palavra que ele entenda, cantarolando uma música que ele goste, ou descrevendo seu lugar predileto. Se ele estiver, por exemplo, batendo a cabeça contra a parede, diga “parado” e repita várias vezes com voz tranquila, ajudando-o , gentilmente, a parar o movimento (apenas se ele é uma criança que aceita bem ser tocado). Se ele estiver gritando, diga “calado” ou “feche a boca”. Se estiver batendo em alguém ou nele mesmo, você pode dizer “mãos prá baixo”. Você ainda pode ajudar falando das coisas que ele gosta de fazer, por exemplo, “balanço” ou “praia” . Músicas também ajudam. Mas não esqueça de falar devagar, baixo e manter sua tranqüilidade. Com o tempo, você vai ver que ele vai fazer isso sozinho. 
Outra opção é dar a ele um ritmo. Se ele às vezes usa um movimento repetitivo qualquer para se acalmar, você pode tentar tocar levemente em seu ombro, em toques repetitivos e ritmados. O ritmo conhecido é seguro e calmante. Lembre-se que o seu filho não entende porquê você fica “zangado” e, se for tratado com agressividade, REFLETIRÁ (como num espelho) essa atitude. Ele percebe melhor as emoções do que as palavras ou ações dos outros. Quanto mais você “zangar’ com ele, mais seu comportamento se tornará difícil. Portanto, é importante amá-lo quando falar com ele. Finalmente : As crianças com autismo são antes de tudo ... crianças! E haverá momentos em que estarão tendo comportamentos característicos da idade ou do seu temperamento. Nestes momentos o “velho” castigo funciona bem, desde que a criança entenda o que está acontecendo. Se não, será inútil. Cabe então aos pais analisarem cada situação (em caso de dúvida, volte ao ítem 1). Abaixo, trechos extraídos e traduzidos do livro “Somebody Somewhere” de autoria de Donna Williams (autista, formação universitária) que ilustram e explicam os transtornos causados pelo distúrbio sensorial, o que ela mesma chama de “inferno sensorial”: “Dentro do meu armário escuro, os tecidos balançavam na minha frente. A segurança da minha querida escuridão. Ali, o bombardeamento das luzes e das cores berrantes, os movimentos e o blá-blá-blá , o barulho imprevisível e o toque incontrolável das pessoas, não existiam. Ali era um mundo seguro, onde as coisas estariam sob controle até que eu tivesse me acalmado o suficiente para pensar ou sentir algo. Eu tocava o tecido na minha frente, corria minha mão sobre a superfície sedosa dos sapatos de couro aos meus pés. Eu os pegava e passava no meu rosto. Ali, não havia a última gota que me levaria da sobrecarga ao fechamento.” 
................................................... 
“ A menininha gritava e se balançava , com os braços prá cima tampando os ouvidos para manter os ruídos distantes, e com os olhos cruzados para bloquear o bombardeamento dos ruídos visuais. Eu olhava aquelas pessoas e desejava que soubessem o significado de inferno sensorial.” 
.................................................... 
“Ela prendeu a respiração, começou a ranger os dentes ritmicamente, endureceu como uma rocha, e continuou tentando bater nela própria, mesmo tendo as mãos seguras para baixo. 
“Ela tem outra coisa prá comer?” perguntei. “Ela trouxe sanduiche”, disse a auxiliar, “mas não sabe comer sozinha”. “Posso ajudar?” perguntei. Ficaram agradecidas. As funcionárias se ocuparam das outras crianças ao redor da mesa. Eu sentei num banco ao lado de Jody. O sanduiche dela estava embrulhado em plástico, na sua frente. Comecei a cantarolar gentilmente. A melodia era curta, rítmica e hipnótica. Eu a repeti muitas e muitas vezes. Jody , junto a mim, fixava o nada. Ela prendia a respiração, se balançava e rangia os dentes. 
Permaneci cantarolando até que ela parou de ranger os dentes. Eu continuei, repetindo a melodia muitas e muitas vezes. Comecei a tocar levemente em seu ombro, acompanhando o ritmo da música, que não mudava, sempre contínuo e previsível. Jody parou de se agredir. As mãos dela estavam agora livres e Jody podia usá-las. Alcançou o sanduiche, rasgou a embalagem e enfiou a cara nele. Jody talvez não fosse muito elegante para comer, mas ao menos estava independente e pode se alimentar sozinha.” 
........................................................... 
“Donna, venha dizer oi ao Eric”, disse minha mãe. 
Instantaneamente, um fogo me consumiu e minha cabeça foi em direção ao estômago de Eric, enquanto meus pés corriam a toda velocidade a seu encontro . Eu era um trem a vapor de treze anos . Ele saiu da frente no último instante para evitar a cabeçada. Minha cabeça bateu na parede e eu vi estrelas antes de apagar. “Ela é maluca” explicou minha mãe pela enésima vez. 
Eu não podia evitar. Eu havia sentido emoções.” 
...................................................... 
“Eu estava exausta de ter minha atenção vagando por todos os objetos luminosos ou coloridos, seguindo todos os padrões e formas, e a vibração do som ressoando nas paredes. 
Eu costumava amar tudo isso. Era o que me salvava e me afastava do mundo incompreensível, quando eu já havia desistido de encontrar o sentido de tudo. Meus sentidos então, paravam de me torturar e diminuíam de sobrecarregados para um nível divertido, seguro e hipnóticamente hiper. Este era o lado bonito do autismo. Este era o santuário da prisão.” 
.......................................................... 
“Eu sentei sobre o meu tapete vermelho, meus braços a minha volta, e esperei pelo impacto. Após vinte e seis anos aprendi que não era a morte que se avizinhava, mas emoções. 
Qual? Qual? gritava um impulso mudo dentro de mim. Se ao menos eu pudesse nomear esses monstros , ligá-los aos lugares e rostos de onde eles tinham vindo, eu me libertaria. 
O monstro estava de volta. 
... 
Toda vez era como se fosse para sempre, um tiket só de ida para o inferno. Não havia lembranças de que sempre havia um retorno. 
... 
Meu corpo tremia como um terremoto, meus dentes se chocavam como o som de uma datilógrafa atacando as teclas de uma máquina de escrever. Cada músculo tão tenso como se fossem espremer toda a vida de dentro de mim. E relaxavam apenas para que eu fosse atacada muitas e muitas vezes por um maremoto. Um grito subiu até minha garganta mas foi estrangulado e explodiu num grito silencioso, interno. Respire, vinha o pensamento a cada intervalo. Eu respirava profundamente, ritmicamente. Eu estava escapando. 
.......................................................... 


Referências : 
“Somebody Somewhere” – Donna Willians 
FONTE: 

quarta-feira, 26 de junho de 2013

O AUTISMO

AUTISMO - TRANSTORNO INVASIVO DO DESENVOLVIMENTO

O Autismo é visto com o uma inadequacidade que se manifesta de maneira grave por toda a vida. É encontrado em todo o mundo e, em famílias de qualquer configuração racial, cultural ou social.
Os sintomas podem ser verificados pela anamnese, observação comportamental, exames ou entrevistas com o individuo e familiares. Os sintomas do autismo abrangem:

1. Distúrbios no ritmo de aparecimento de habilidades físicas, sociais e lingüísticas;

2. Reações anormais às sensações. As funções ou áreas mais afetadas são: visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação e maneira de manter o corpo.
3. Fala ou linguagem ausentes ou atrasados. Ritmo imaturo da fala, quando surge, restrita compreensão de idéias. Uso de palavras sem associação com o significado.
4. Relacionamento anormal com objetos, eventos e pessoas. Respostas não apropriadas a adultos ou crianças. Uso inadequado de objetos e brinquedos.

Existem formas mais graves onde crianças com autismo podem apresentar comportamento destrutivo, auto –agressivo e forte resistência à mudanças. Há ainda crianças com níveis de inteligência mais preservados, onde é possível observar determinadas habilidades bastante desenvolvidas, as quais podem constituir verdadeiros talentos relacionados a sensibilidade musical, habilidades matemáticas, memorização, desenhos e pinturas, dentre outros.

O portador de transtorno autista estará portanto, segundo Bereohff (1997), mais favorecido se em seu tratamento for dedicada atenção à interdisciplinaridade, se houver um consenso na investigação e ação entre as diversas áreas de estudo e interesse, tais como a farmacologia, a psicoterapia, a educação, a fisioterapia, a fonoaudióloga, a terapia ocupacional, o acompanhamento médico e, principalmente, o apoio ativo dos pais, dado que o transtorno prejudica várias áreas do desenvolvimento de forma, inter-relacional.

Não existe uma medicação para a cura do autismo, pois até hoje não se conhecem as causas de sua existência. Existem medicações apenas para administração dos sintomas do autismo. Os autistas tem potencialidades à serem trabalhadas com um bom desempenho educacional em conjunto com uma boa equipe multidisciplinar e o apoio integrado com pais.

E.E.Meu mundo da AMA-REC/SC tem como objetivo principal de sua existência, lutar por uma vida mais digna para as pessoas com autismo. Neste sentido, acreditamos que somente uma ação conjunta com a colaboração e aceitação da sociedade empresarial civil e organizada será possível provocar uma mudança, humana/construtiva capaz de fazer a grande diferença no desenvolvimento dos autistas que como todos, tem uma missão à cumprir e compete à uma humanidade apoiarem-se mutuamente, nesta caminhada terrestre rumo ao futuro.
A primeira descrição de Autismo dado por LeoKanner em 1943, define o Autismo como “distúrbio Autístico do contato afetivo”.

O autismo é inapto para estabelecer relações normais com o outro. Tem atraso na aquisição da linguagem q quando ela se manifesta apresenta uma incapacidade no valor de comunicação. Às vezes, dão provas de uma memória notável em algumas áreas específicas, outras vezes apresenta esteotípias gestuais e tem uma necessidade imperiosa de manter imutável seu ambiente material.


Em contraste a esta situação, fisicamente apresentam um rosto inteligente, um porte altivo numa aparência física normal.

Para quem convive com autistas é comum observar extremos. Num certo momento são tão inteligentes, exigentes e seguros de si, logo á seguir com ou mesmo sem uma razão aparente, ou saltitam como crianças, mesmo sendo adultos e com peso superior a medida, ou passam pelas pessoas sem as perceberem realmente. As vezes se isolam e falam baixinho ou riem sem motivo, olhando não se sabe-se quem ou onde. Outras vezes se automutilam, se auto agridem, ou tornam-se agressivos ao que lhe vem pela frente (sejam pessoas, animais, ou coisas, não importa o que).
São imprevisíveis e tem a capacidade de transportar quem lhe convive a outro, da esperança ao desespero. Quando concentrados e atentos, todo o aprendizado é possível e quando um conhecimento ou experiência foram aprendidos jamais será esquecido.

Os autistas apresentam sinais comuns essenciais ao diagnóstico, sinais específicos de cada um, o que explica as variações individuais. Apresentam distúrbios cognitivos e sensoriais.


A medida que crescem e se desenvolvem podem desenvolver uma maior ligação com o outro. Mas as relações sociais permanecem superficiais e imaturos a comunicação verbal é patológica. A expressão é anormal, a compreensão da linguagem é muito limitada. Poderão entender e seguir uma instrução simples, mas, perdem-se numa instrução mais complexa.


Experimentam uma necessidade de imitabilidade que se manifesta por uma resistência marcada a mínima mudança no ambiente habitual do autista.


Seus jogos, ou seu brincar é mecânico, sem criatividade ou imaginação, excercendo normalmente repetitivos (ex: enfileirar materiais de alguma coleção, rolar um canudo ou caneta entre os dedos, acender apagar a luz, etc..).

Tem apego exagerado a um objeto em particular que guardam o tempo todo e reagem quando lhes for retirado.
Alguns autista com expressão verbal tem preocupações inabituais e respectivas, usados em local e hora inadequados. Fazem perguntas esteotípias e esperam uma resposta precisa e sempre idêntica. Alguns autistas demonstram uma memória notável fotográfica, para lista de nomes históricos, poemas as vezes ouvidas há anos antes e reproduzidas com exatidão neste momento.

O paradoxo maior encontra-se naqueles capazes de fazer cálculos mentais com grande rapidez, o que parece desenvolver-se entre 4 e 7 anos, segundo (Rutter, 1978). As estereotipias são variadas e se processam em determinadas horas do dia, agravar-se em momentos de ansiedade. A autismo torna-se visível até os 30 meses, quando normalmente os pais, espontaneamente ou por indicação de parentes e amigos, percebem que seu filho não atingiu um determinado estágio de desenvolvimento (ex: linguagem ou a socialização. Nestes casos, somente uma boa reconstituição dos primeiros anos de vida poderá revelar os sintomas presentes mais cedo).


Podem apresentar uma atividade ou uma hipoatividade ou o mito de ambos com relação as estimulações demonstrando um déficit sensorial (ex: procura para diagnostico de surdez, quando não há surdez ou qualquer outro déficit primário de percepção).


Fenômenos – ás vezes não tem reações á objetos passando por cima destes, como se não tivesse percepção visual ou tátil, as vezes, fixam o sol ou a lâmpada, as mãos e objetos próximos, fixamente. Depois em determinados momentos, assustam-se com uma luz ou com a defrontação de um novo objeto.


Durante os dois primeiros anos de vida, podem não reagirem aos fenômenos dolorosos como cortes, quedas, injeções. Depois, podem ter uma reação excessiva ao toque,á dor ou a temperatura. Podem ocorrer, em algumas crianças aversão insuportável ao toque de um tecido particular.


A criança autista girando por longos períodos nunca tem vertigens (nistagmos), pois, mesmo com as estereotipias motoras pode ocorrer o fato de girar a cabeça ou se balançar, porem demonstra aversão pelas estimulações vestibulares induzidas como elevador, escada rolante e carros. São reações variadas que podem partir de um extremo ao outro e também, podem ser intermediarias entre um ponto e outro.


Contudo são essas variações que se tornam uns totalmente diferente de outros, dificultando um diagnóstico e imediato e tornando necessário o atendimento individualizado. O autismo continua sendo uma incógnita como uma casa numa montanha. É visualizada por muitos mas, o seu interior continua uma incógnita subir a montanha, é praticamente impossível, além da altura é predegosa, escorregadia. No entanto alguns alpinistas já conseguiram aproximar-se e abrir algumas fendas na rocha íngreme que contorna a casa.


Já é possível visualizar uma janela semi aberta como se lá dentro houvesse um alguém desconhecido á espreitar quem se aproxima desta casa tão bem protegida , alheia á tudo e a todos mas, tão triste e solitária que chega a ser angustiante.

Assim é a prisão autística destes anjos que tem reações inconscientes que intrigam e , ao mesmo tempo induzem a todos que os conhecem, a refletir sobre as próprias reações consciente. Este é apenas um lado da incógnita do autismo que continua firme lá, na altura da montanha, distante da nossa realidade, mas bem próxima do infinito.

Queres conhecer o autista? Procure a AMA.

Queres aceitar o desafio da escalda desta montanha? Procure a AMA.
Podes conseguir abrir um novo caminho nesta montanha? Venha caminhar conosco, junte-se a AMA! Precisamos de você.
ESTATÍSTICA
Incidência de Autismo:* 1 em cada 175 nascimentos * 4 meninos para 1 menina* Todas as classes sociaisRev Americana “Time Magazine” – Mai./02
ESPECTROS MAIS CONHECIDOS DE AUTISMO
* Síndrome de Angelman;* Síndrome de Asperger;* Síndrome do X Frágil;* Síndrome de Landau Kleffner;* Síndrome de Rett;* Síndrome de Prader –Willi;* Síndrome de Willians;* Hiperlexia;* Entre outros.
ADOLESCÊNCIA
As complicações do autismo tendem a ocorrer na puberdade e no inicio da adolescência. Nesta época há um aumento da incidência de convulsões, graves crises de comportamento caracterizados por comportamentos regressivos, impulsivos e agressivos , além de depressão.

As convulsões ocorrem em 20% a 28% dos casos, e o risco de ocorrência é maior nos autistas com retardo mais grave. As crises de comportamento manifestam-se de várias maneiras inclusive violência, agressividade, automutilação, exacerbação do distanciamento autista e dos rituais compulsivos e perda de habilidades adquiridas e de comportamentos adaptativos. Muitas vezes são impossíveis de serem manejados em casa e requerem hospitalização ou institualização. Depressões são freqüentes em autistas menos comprometidos e de melhor nível de funcionamento e, nestes casos o suicídio é um risco grave. (Edvard M. Ornitz – pg131).
DIAGNÓSTICO

Para auxiliar no diagnostico do autismo infantil é útil pensar em termos de subconjuntos de sintomas.

• Distúrbios do relacionamento interpessoal – são comportamentos que indicam uma dificuldade precoce de desenvolver relacionamentos interpessoais como: ausência ou deficiência no contato olho a olho.

- atraso ou ausência de sorriso social.
- Atraso ou ausência dos movimentos de antecipação para ser pego no colo.
- Aparente aversão ao contato fisco.
- Tendência a interessar-se por partes de outra pessoa (pé ou mão) de interessar pela outra pessoa.
- Ausência de interesse em brincar com os outros, e preferência pelo isolamento.
- Distanciamento persistente dos outros. Quando crianças , há incapacidade de participar de uma brincadeira ou de partilhar um brinquedo com o outro e, quando maiores este distúrbio se manifesta na incapacidade de empatizar sensações ou interesses com os outros.
COMO TRABALHAR COM AUTISTAS

DISTURBIOS DE COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM

O inicio do desenvolvimento da linguagem caracteriza-se por mudez ou ecolalia. A fala não é usada para comunicação com ausência ou pobreza de comunicação não-verbal. Na maioria dos pacientes, nem a expressão facial e nem os gestos são usados como formas de comunicação. A fala para fins de comunicação, quando ocorre, não apresenta diferentes entonações, é arrítimica, sem inflexões e não transmite emoções. Em crianças autistas, mais velhas a comunicação é pouco espontânea e original.


CODISTURBIOS EM RELAÇÃO A OBJETOS


As crianças autistas de pouca idade usam objetos inanimados quase que exclusivamente para gira-los ou sacudi-los. Mostram uma tendência para enfileirar ou arrumar esses objetos sempre da mesma maneira, dando a impressão der querer manter seu ambiente sempre igual, sem variações. Mais tarde passam a fazer uso ritualizando desses objetos em atitudes repetitivas. Apresentam graves deficiências nas brincadeiras simbólicas e são incapazes de usar brinquedos e outros objetos de forma imaginativa.
DISTURBIOS DA MODULAÇAO SENSORIAL
A incapacidade de modular adequadamente os impulsos sensoriais é bem mais evidente quando são mais novos. Todas as modalidades sensoriais estão afetadas e a modulação adequada dos impulsos sensoriais manifesta-se tanto por falta de reações quanto por reações exageradas acompanhadas de auto-estimulação sensorial.
A hiporreatividade a estímulos auditivos evidencia-se pelo aparente descaso tanto a comandos verbais quando a ruídos fortes. Barulhos súbitos que poderiam assustar qualquer um; para os autistas pode não acontecer nenhuma reação. Em termos de visão, a criança pode ignorar a presença de novas pessoas na sala ou objetos em seu ambiente e passar por cima deles, como se não existissem. Às vezes, deixam cair objetos colocados em suas mãos, como se não tivessem percepção tátil. Estímulos dolorosos, como pancadas, cortes e contusões freqüentemente são ignorados.
No entanto também pode ocorrer o contrário, com reações exageradas à estes mesmos estímulos sensoriais. Podem apresentar uma percepção muito aguçada em detalhes ao ponto de se distraírem e as vezes, uma sensibilidade muito aumentada em estímulos sensoriais que elas próprias buscam e induzem. Alguns distúrbios de mobilidade podem produzir intensa estimulação sensorial. Para introduzirem estímulos auditivos esfregam, batem ou ficam puxando as orelhas, rangem os dentes ou aranham, batem e “batucam”, em superfícies.
Em termos de visão, elas ficam olhando os movimentos de seus dedos e suas mãos e observam fixamente, os detalhes das superfícies. Estímulos são obtidos por movimentos do corpo, em balanços para frente e para trás e para os lados ou por movimentos circulares da cabeça. Contrastando com a busca de estímulos sensoriais, existe um paradoxal desconforto causado por estímulos em todas as modalidades sensoriais. Podem agitar-se com o som de sirenes, aspirador de pó, liquidificador, latidos e chagam a tapar os ouvidos para evitar a intensidade desse sons e, as vezes reagem igualmente à ruídos leves como o simples ruído de amassar um papel.
Mudanças bruscas de iluminação ou encontro inesperado com um objeto também podem provocar as mesmas reações de medo demonstradas anteriormente. Quanto ao tato, podem demonstrar aversões a determinados tecidos como a lã, Poe exemplo. Normalmente preferem superfícies lisas (seda, cetim). Nos dois primeiros anos de vida, até a alimentação com consistência áspera, normalmente provoca mal-estar.
Aversão a estímulos vestibulares podem ser induzida por lutas de brincadeira ou até andar em elevador. Os distúrbios de modulação sensorial e de mobilidade ocorrem principalmente entre 24 e 60 meses de idade.
Exemplos: tanto a hipo-reatividade , quanto a hiper-reatividade a sons também são considerados como sintomas dos distúrbios de linguagem.
DISTURBIOS DA MOBILIDADE

Ocorrem principalmente em crianças de pouca idade. Os maneirismos são complexos, ritualísticos e estereotipados e não parecem ser totalmente voluntários, ocorrendo de forma intermitente ou continua. Diversos movimentos dos dedos das mãos na frente dos olhos podem-se transformar num movimento estereotipado e repetitivo. A criança flexiona ou estende os dedos ou as mãos ou alterna a provação e superação do antebraço. O andar nas pontas dos pés ocorrem em estações de excitação quando começam a nadar em círculos ou como modalidade exclusiva do caminhar.
Movimentos bruscos do tronco ou de todo o corpo aparecem, muitas vezes acompanhados por movimentos giratórios e pancadas na cabeça, embora com esta atividade motora, bastante perturbada, as crianças autistas não são, necessariamente hipertivas, apesar de em alguns casos a hiperatividade seja o sintoma mais importante. Em crianças ainda podem ocorrer episódios súbitos e breves de imobilidade.
Condições associadas ao autismo – as principais condições patológicas encontradas associadas ao autismo são: retardo mental, síndromes cerebrais orgânicas (com ou sem convulsões) e uma historia de ocorrências anormais nos períodos pré e neonatal.

PRINCIPAIS ASPECTOS A SREM CONSIDERADOS

1. A comunicação (receptiva e expressiva);
2 . A atenção e concentração;
3 . O comportamento;
4 . As AVD’sA programação será introduzida a medida que o desempenho da pessoa permitir.
COMUNICAÇÃO

Principal meta;Dela consigo mesma, com as pessoas, com o mundo, com os acontecimentos e com os objetos;A mais fácil é com os objetos porque eles não mudam;A linguagem verbal normalmente não faz sentido para autistas;Outras formas de comunicação precisam ser encontradas;O autista tem mais chance de aprender o significado se usarmos poucas palavras e sempre as mesmas;É importante ensiná-los a usar gestos;Muitas tentativas de comunicação não são percebidas pelos padrões sociais;A pessoa que interage com ele deve ser sensível capaz de um processo de empatia;Emitar um gesto estereotipado, as vezes funciona para estabelecer contato;Porém estimular para que ele se comunique;Devemos estar atentos para as oportunidades;Sempre observar e estudar o desempenho da criança;Para conseguir contato as vezes são necessárias atitudes extremas.
Ex: Apagar a luz e iluminar o rosto, colocá-lo na cadeira de um jeito que não possa fugir e segurar o rosto...
A ATENÇÃO

A falta de atenção pode estar ligada a causas fisiológicas ou neuropatológicas.Como educadores devemos tentar:
- Manipular a hiperatividade;
- Intervir para reduzir o alheiamento;
- Estimular as percepções sensoriais;
- Sensibilizá-lo para o seu próprio corpo;
- Guiando-o através de ajuda física p/ que execute movimentos;
- Promover a focalização do olhar;
- Eliminar possibilidade de distração;
- Explorar motivação;
- Aprofundar interações
(Ex. tirar um objeto de suas mãos e devolvê-lo em seguida, aumentando gradativamente o tempo de retenção do objeto para ver se ele procura.)*   As atividades precisam proporcionar sucesso a curto prazo, caso contrário não estimularam novas tentativas;*   A música é um elemento muito importante;*   A percepção auditiva dos autistas é muito peculiar;*   Os autistas são muito seletivos, assim uma figura c/ muito pormenores poderá confundi-lo; *   Assim precisamos começar com um sentido ou percepção para depois fazer outras integrações;*   Por esta razão o professor deve ficar por trás do aluno, enquanto vai surgindo as atividades e dando ajuda física necessária. 
COMPORTAMENTO

- Os autistas costumam ter comportamentos que dificultam sua integração social. Podem apresentar negativismo tão acentuado que se recusam até sair do chão, a sentar-se ou a comer;
- Mas, nenhum comportamento é eterno;
- As vezes este comportamento estranho é a única maneira de expressão, de se sentirem vivos. Pela dificuldade de comunicação custam a aprender e manifestar outras maneiras.
- Para tentar controlar os problemas de comportamento devemos:
* Limitar as oportunidades para que os problemas aconteçam;
* Analisar o comportamento atípico;
* Planejar a atitude face o problema e verificar que todas as pessoas tenham a mesma postura;
* Manter consistência e coerência;
* Redirecionar se for necessário mas só após consulta ao grupo;
* Fomentar um comportamento alternativo para substituir o indesejável como estratégia de passagem para alcançar o comportamento desejado;
* Manter registro das observações para não perder de vista a evolução do caso;
* No caso de auto-agressão, considerar a possibilidade de tratar-se de falta de estímulo ou incapacidade de responder ao estímulo;
* Reforçar positivamente os bons comportamentos, quando não existirem dar um intervalo nos demais comportamentos, só criar saldo positivo;
* Dar um tempo para ele, pois precisa de momentos de descanso a essa “invasão”, mas nunca deixá-lo entregue ao isolamento;
* A hiperatividade melhora quando contida – dar tarefas;
* Os comportamentos compulsivos diminuem com as tarefas;
* As crises de birras não podem ser valorizadas;
* É preciso certificar-se de que a negatividade do autista não tem uma razão;
* Os autistas tem um limiar baixo para frustração – quanto mais ele se fechará em seus rituais e maneirismos;
* Quando toma medicação que interfere em seu comportamento, é importante registrar as alterações para subsídios ao médico;
* Todas as atividades terão de ser pacientemente ensinadas assim como o uso funcional dos brinquedos. Ele não simboliza e dificilmente vai saber que fazer com o brinquedo.
O TREINO DAS AVD’s

  O estabelecimento de atos higiênicos são importantes para que consiga integrar-se até mesmo em sua casa;  É necessário uma rotina diária, estruturada para que esses hábitos sejam assimilados e estabelecidos;  O programa deve ser baseado em:
- Rotina
- Conservação
- Estruturação* A rotina é importante para que ele saiba o que vai acontecer em seguida.* A estruturação dá consistência ao trabalho.
* Quando algumas aquisições forem alcançadas, precisamos conservá-las da reaplicação das mesmas em situações diferentes com pessoas diferentes;
* Deve ser ter um lugar bem estruturado, qualquer alteração pode provocar uma crise;* Os locais devem ficar claros;* Quando chegar a escola deve ser recebida (inicialmente) pela mesma pessoa – Cumprimentando e chamando pelo nome;* A programação deve ter um ritmo constante, conter canto, atividades que valorizem a organização do comportamento,atividades para o desenvolvimento de habilidades, educação física e programação escolar compatível ao desenvolvimento. * Necessitam de atendimento individualizado mas, para que sejam estimulados precisam que participem de grupos;* Crianças deficientes bem comunicativas pode ser a melhor opção;* Estejam preparados para o retrocesso;* É importante espaço para a criatividade, aproveitando algumas iniciativas* Não podemos esquecer que apesar de todas as suas limitações os autistas podem ter habilidades tão raras e especiais que não poderíamos imaginar que tivessem!




QUEM SOU


Sou uma criança alegre, esperta, adoro brincar e cantar. Sou fã do Mario Kart, do Relâmpago Macqueen, sou fã de muitos personagens pelo simples fato de serem ou usarem VERMELHO. Aliás, vermelho é minha cor. Gosto de tudo que é vermelho, até já arrisquei experimentar algumas frutas, só por serem vermelhas. Adoro carrinhos, de todos os tipos - principalmente os vermelhos, adoro computador e meu vídeo game. Já sei procurar no computador os jogos que quero, já sei enviar emails e até mudar as senhas de todo mundo. Sei até fazer compras pela internet! Sou um perigo sozinho no computador...Pois como sei ler e escrever - aliás coisa que aprendi sozinho, ainda bem pequenino, fica fácil procurar o que quero no Google. Sou genioso, gosto de miojo e odeio quebrar minha rotina. Fico realmente nervoso quando tenho que viajar - fico ansioso, não sei como vou conseguir chegar lá, que é tão longe...não gosto quando estou no meio de aglomerações e com gente muito barulhenta. Sou uma criança carinhosa, que vivo beijando e agarrando minha mãe, meus irmãos, enfim, todo mundo que está perto de mim. Não entendo porque minha mãe fica brava com isso, diz que não posso sair agarrando todo mundo... Mas que ninguém tente me abraçar ou me beijar do nada, sem pedir primeiro, porque não gosto de ser agarrado. Fico meio estressadinho as vezes, quando não entendo determinadas situações, ou quando alguém não me entende, então expresso minhas frustrações da  maneira que sei melhor, ou grito ou bato. Sei que não devo bater, pois não gosto que me batam, mas sou impulsivo, e ás vezes não consigo evitar. Mas quando isso acontece fico triste, choro e tento fugir, porque não consigo me controlar. É muito difícil pra mim entender porque tenho que ir a escola, porque tenho que viajar, porque não posso pegar na mão de alguém na rua e perguntar se a pessoa não quer brincar comigo. Enfim, sou uma criança como qualquer outra, mas diferente de todas. Sabe porque? Porque eu sou o ANDRÉ YURI!! Sou autista, sou criança, sou muito amado e acolhido por todos a minha volta, e é por isso que SOU FELIZ!!





terça-feira, 25 de junho de 2013

DEFINIÇÃO DE HIPERLEXIA

Hiperlexia e uma síndrome na qual a criança aprende a identificar letras e números muito cedo (antes dos 5 anos), acompanhada de deficiências no entendimento e produção de linguagem, e dificuldades de socialização. Esta condição esta associada ao autismo, e muitos consideram a hiperlexia como um sintoma de autismo. Outros especialistas consideram-na como um distúrbio de linguagem com sintomas autistas. Quando o André começou a ler e escrever aos 2 anos mais ou menos, fiquei bastante orgulhosa, como aliás sou até hoje, de tudo que ele faz, de cada progresso... mas, na época, ainda não suspeitava que se tratava de um sintoma associado ao autismo, que viríamos a descobrir alguns meses mais tarde. Abaixo transcrevo um texto muito interessante sobre o assunto, pois assim como eu, pode ter muita gente que não faz ideia do que seja esse problema.

DEFINIÇÃO HIPERLEXIA – esta é a palavra que define uma síndrome, ou seja, um conjunto de sintomas, presente em crianças que mostram certo retardo em determinadas áreas do seu desenvolvimento.

OS SINTOMAS FUNDAMENTAIS
A síndrome da hiperlexia é constituída por três características básicas: 
Capacidade precoce para a leitura; 
Dificuldade no processamento da linguagem oral; 
Comportamento social atípico.

LEITURA PRECOCE. 
Não é raro que as crianças hiperléxicas leiam as palavras de cabeça para baixo, ou em qualquer posição.
Geralmente é entre os 18 e os 24 meses que as crianças hiperléxicas demonstram capacidade para identificar letras e números. Por volta dos três anos, começam a ver as letras reunidas, formando palavras não importando em que contexto apareçam, nem que aspecto tenham; datilografadas ou manuscritas, maiúsculas ou minúsculas, a criança reconhece. É bem provável que, ainda sem ter desenvolvido a capacidade de falar, sem dominar a linguagem oral usada por outras crianças da mesma idade, ela já esteja lendo palavras e frases.
Isso não é ensinado. A capacidade de ler, simplesmente aparece e fica. Do reconhecimento da palavra escrita, a criança, sem prévia instrução fonética, evolui para se interessar pelas sílabas que a compõem. Ela aprende a decifrar, a decodificar palavras.
Algumas crianças atingem alto nível visual, instantâneo, e raramente erram a pronúncia, mesmo de palavras difíceis. Outras crianças continuam a reconhecer as palavras pela forma, ou usam uma combinação de decifração fonética e reconhecimento visual.
Geralmente, se uma criança começa a ler, sem receber lições, antes dos cinco anos, isto é considerado leitura precoce e pode significar hiperlexia. As crianças hiperléxicas não têm, todas, igual capacidade de ler, algumas lêem aos dois anos outras só aos quatro. A compreensão também varia, mas todas reconhecem as palavras em nível muito superior ao que se poderia esperar de um pré-escolar.

DIFICULDADES COM A LINGUAGEM ORAL 
Para uma criança hiperléxica o nível do reconhecimento de palavras isoladas é um, e outro é o nível de compreensão de palavras agrupadas, formando conceitos.

CONDUTA SOCIAL ATÍPICA
Enquanto outras crianças estão começando a falar e descobrindo na linguagem um meio de comunicação com seus pares, as hiperléxicas estão por fora ! Elas não têm interesse social no mesmo nível que pode ser notado em outras crianças, se colocadas em ambiente social, demonstram não possuir as qualidades requeridas para interação em grupo.

LEITURA COMPULSIVA
As crianças hiperléxicas lêem tudo que seus olhos encontram em forma de letra. Pode ser difícil conseguir que fiquem sentadas por algum tempo, lendo histórias infantis, mas lerão qualquer outra coisa que lhes apareça.
Elas, simplesmente, não podem evitar isso, pois os estímulos visuais são muito do seu agrado, principalmente sob a forma de letra.

CONDUTA INFLEXÍVEL
Uma criança pode ser muito geniosa sem que isso nada tenha a ver com a hiperlexia, mas o que se ressalta é que, nas crianças hiperléxicas, o "mau gênio" é ainda mais forte e as explosões podem ser bem mais duradouras. As situações constrangedoras podem ocorrer por conta da inflexibilidade, típica das crianças hiperléxicas, que se julgam com o direito ao comando das decisões, mas também pode ter raízes na circunstância de aquelas crianças não entenderem os fatos correntes, nem saberem o que se esperam que elas façam. É a limitação da sua linguagem que determina a sua conduta. Desde que não entendem o que dizem as pessoas, procuram assumir o controle da situação. A reação que tem contra a confusão, a frustração e a insegurança – que sentem, sem poder exprimir – é comportarem-se de um modo que abala a estabilidade de todos.

APEGO À ROTINA
Para as crianças hiperléxicas, qualquer mudança é algo muito difícil. Quando for necessário introduzir alguma modificação na rotina, é importante preparar-se a criança para isso.

DESLIGAMENTO DA REALIDADE
A criança hiperléxica parece pensar que vivem num mundo somente seu. Não merecem confiança para sair com um grupo numa excursão, por exemplo, nem podem ser deixadas na rua, sem vigilância, mesmo perto de casa.

PEQUENA CAPACIDADE DE ATENÇÃO
A capacidade de atenção das crianças é pequena, e menor ainda nas hiperléxicas. Em certos casos, manter concentrada em um determinado assunto, por mais de alguns instantes, a atenção de uma dessas crianças, é um desafio realmente sério para seus pais e professores.
Com freqüência, a criança desvia a atenção para outro objeto, deixando de lado as tarefas que lhe são propostas, uma após a outra. Por outro lado, se o assunto for de sua própria escolha, algumas crianças hiperléxicas serão capazes de lhe dedicar atenção por longo tempo. É o que acontece, por exemplo, quando assistem a programas de televisão ou a gravações em vídeo, e isto ocorre do constante estímulo visual que recebem. 
Há outros procedimentos que também são comuns em crianças hiperléxicas: atitudes de auto-estímulo, tais como, agitar as mãos, bater a cabeça, torcer coisas; sensação geral de ansiedade inexplicada; temor específico a alguma coisa fora do comum; sensibilidade a barulho, freqüentes acessos temperamentais.
Muitas crianças apresentam esses sintomas, entre os 2 e 3 anos, e parecem ser autistas. Entretanto, melhorando a linguagem (compreensão e expressão), a conduta autista diminui ou desaparece.
Deve ser lembrado que a hiperlexia é um distúrbio de linguagem, não um distúrbio de conduta. A medida que pais, professores e terapeutas desenvolvam estratégias para melhorar a linguagem e ajudar a criança a entender o que se passa em torno de si, ou o que se espera de si, ela fica menos ansiosa, mais flexível, mais interativa.
Os pais da criança e qualquer adulto que tenha contato regular com a mesma, devem lembrar-se sempre deste princípio: O desenvolvimento da linguagem é a chave para destrancar uma criança hiperléxica.

PRIORIDADES 
Uma sugestão-chave para pais ou atendentes cansados é o lema: selecione suas lutas. Isso não quer dizer que seja melhor, no interesse da família, deixar a criança hiperléxica fazer tudo o que quiser. Significa, sim, que nem tudo o que parece inaceitável, segundo os seus padrões, é realmente tão importante um conceito. Economize suas energias para quando for importante que ele aprenda a respeitar as regras.

ESTRATÉGIAS
Devemos refletir bem sobre o que ensinar e como ensinar a uma criança hiperléxica. Encontrar o vínculo criativo entre brincar e aprender é um desafio diário. Como os interesses mudam e as necessidades cognitivas também, você tem que estar sempre à procura de novos meios de ligação.

LIMITES
Respeite, porém, os limites, e não exija da criança mais do que ela pode dar. Gradualmente, tente esticar o período de tempo em que a criança esta se envolvendo com o mundo à sua volta, mas aceite a retirada, quando ela precisar de uma trégua.

INTELIGÊNCIA
A inteligência não é prejudicada pela hiperlexia. O teste adequado geralmente mostra que as crianças têm, no mínimo, uma inteligência normal.

CAPACIDADE DE APRENDIZAGEM
Embora por métodos não usuais, os hiperléxicos aprendem, e isto é importante ter-se em mente. É necessário conhecer-se a sua maneira singular de aprender, e então usá-la para lhes transmitir os conceitos que eles não aprenderem pelos métodos comuns. As crianças hiperléxicas captam rapidamente novas idéias, se os conceitos lhes forem apresentados na forma apropriada, ou seja, adaptada às suas condições psicológicas e à sua maneira de entender. Você poderá ter que usar métodos não ortodoxos, mas as crianças aprenderão.
É preciso também, levar em conta, ao máximo, os interesses da criança. Por exemplo, se ela reage bem a anúncios comerciais musicados, ponha as tarefas da escola na música desses anúncios. Se gosta de dinossauros, ponha dinossauros nos seus exemplos. Em lugar de insistir para que a criança se adapte aos padrões normais de ensino, observe como é que ela aprende e use esse método, quando lhe for ensinar algo de novo.

LEITURA
A fenomenal capacidade precoce de leitura é extremamente favorável à criança hiperléxica. Uma ótima estratégia para liberar sua linguagem será usar a leitura como instrumento, não só para desenvolver qualquer aprendizagem, como para disciplinar a conduta.A palavra escrita é concreta. Enquanto a palavra falada voa, antes que a criança possa perceber o seu significado, a palavra escrita permanece num só lugar e permite que a criança olhe por quanto tempo seja necessário até descobrir o que ela expressa

O ESTILO DE APRENDIZAGEM DO HIPERLÉXICO
As crianças hiperléxicas são as pessoas de hábitos mais conservadores que podem existir. Gostam das coisas sempre da mesma forma.
Eles procuram sempre - e conseguem padronizar as situações: o caminho para o mercadinho tem que ser apenas um, a seqüência da história na hora de dormir deve ser sempre a mesma, o programa da televisão não deve mudar, como também não pode variar o número de casas em que o ônibus escolar deverá parar. Assim como a linguagem deles é feita em blocos que não se partem , a conduta tende a seguir o mesmo princípio. A criança hiperléxica prefere a segurança do que lhe é familiar; isto pode levá-la a opor resistência à professora quando lhe parecer que ela pretende mudar seu comportamento.
Linguagem de conduta são temas que precisam ser tratados de maneira muito específica. É importante entender-se que as crianças hiperléxicas não captam muito da altura ambiental, como outras crianças, mas, se receberem demonstrações com modelos visuais, contarão com a vantagem da sua poderosa memória.

LINGUAGEM E CONDUTA
Professores e terapeutas de crianças com sintomas de hiperlexia confirmam que a melhora da linguagem faz a melhora da conduta. Mas como pular a barreira da linguagem para chegar à conduta?
Faça a criança sentir-se segura. A criança ameaçada ou assustada agirá por reflexos, não por pensamento consciente. Um afago, então, pode ser mais eficaz do que uma reprimenda, para afastar uma explosão temperamental. Evite palavreados e procure descobrir porque está insegura a criança. Às vezes a insegurança decorre apenas de um encontro da criança com algo diferente, fora da rotina. A criança hiperléxica deve ser preparada para mudanças físicas ou novas experiências, antes que elas ocorram.
Outras vezes, mais freqüentes, você terá que agir diretamente sobre as condições ambientais. Você poderá precisar retirar a criança do ambiente estressante (um recinto barulhento ou superlotado), ou, simplesmente, remover daquele recinto o que estiver perturbando. Quando a criança lhe parecer calma e segura, então poderá ser viável dar-lhe uma explicação.

APRENDIZAGEM CONCRETA E SIMBÓLICA
As crianças hiperléxicas fixam-se no simbólico desde o início. Elas aprendem a ler antes de saberem falar. Com os bloquinhos de construção, em vez de erguerem torres, formam letras. Se olham para o suporte da mesa, vêem um H. Essas crianças precisam ser conduzidas à fase mais elementar dos jogos, para pegar experiência concreta, que geralmente pulam. Não tendo descoberto a relação causa efeito, por exemplo, através de jogos, elas precisam que lhes seja mostrado, visual e intencionalmente, que uma coisa traz a outra. Que elas voltem a subir em árvores, a fazer coisas simples. Que não se fixem no simbólico, deixando de lado a formação de aptidões concretas.
Ajude a criança a dominar as aptidões que envolvem tocar e sentir o mundo real. Enquanto outras crianças podem descobrir conceitos por si mesmas, através de jogos, a criança hiperléxica precisa de demonstrações concretas. Se uma criança puder processar os estímulos que recebe do mundo físico ao seu redor, sua ansiedade diminuirá e a verdadeira aprendizagem começar. Então o problema do desenvolvimento da linguagem poderá, realmente, ser enfrentado.

ENSINANDO AO HIPERLÉXICO
As crianças hiperléxicas têm processos incomuns de aprendizagem, não há dúvida. A compreensão desses processos nos dará apoio para encontrarmos a maneira efetiva de transmitir, àquelas crianças, conhecimentos de linguagem e conceitos abstratos.
Atuar sobre os hiperléxicos com a força da própria hiperlexia será a melhor maneira de ajudá-los a descobrir a linguagem e o prazer de usá-la. Você terá que deixar de lado tudo o que já souber a respeito de como aprendem a linguagem as crianças em geral, e fixar-se em como aprende a sua criança; este é o que será o seu ponto de partida.
Pais e terapeutas já descobriram muitas maneiras, criativas e eficazes, para vencer as barreiras que se opõem ao desenvolvimento da linguagem. A estratégia se processa em três fases:
Forme a sua compreensão do estilo de aprendizagem do hiperléxico;
Ouça e observe-a para sentir que falhas há no desenvolvimento de sua linguagem;
Crie atividades, concretas, e específicas, que utilize o estilo pessoal da criança; 
Escreva, escreva, escreva... porque a criança lerá, lerá, lerá. 
Se você tem contato freqüente com uma criança hiperléxica, você sabe que não adianta dizer-lhe vezes e vezes seguidas a mesma coisa. 
As crianças hiperléxicas em idade pré-escolar não entendem tudo o que lêem em um livro, numa revista ou num rótulo de uma caixa de cereais, mas se você escrever sentenças claras, do nível de sua compreensão, você observará que elas prestarão mais atenção às suas letras do que à sua voz. Não espere que a criança chegue ao 1º grau para fazer uso da sua capacidade de leitura. As instruções por escrito podem constituir uma estratégia básica, aplicável em dezenas de maneiras. 

O LUGAR DA CRIANÇA HIPERLÉXICA
Dois grandes benefícios derivam do inter-relacionamento de crianças normais com hiperléxicas: estimula-se o uso da linguagem oral e desenvolve-se a capacidade de interações. A criança com aptidão normal de linguagem é, para a criança hiperléxica, um modelo constante de tagarelice. Embora estejam em campo diferentes padrões de linguagem, a criança hiperléxica presencia os irmãos e os amiguinhos usando uma linguagem funcional. Mesmo quando em desacordo, zangados, gritando a plenos pulmões, estarão falando, estarão usando linguagem verbal.
O contato com outras crianças levará a hiperléxica a perceber o uso prático da linguagem; como um meio de comunicação. Haverá, então, muitas oportunidades para que os adultos a estimulem a usar suas próprias palavras, ao desejarem pedir algo, ou dizer o que sentem em determinado momento. Mesmo sem entender em detalhes as características da hiperlexia, as outras crianças, pelo convívio diário, acabam sabendo o que podem esperar da criança hiperléxica, e acham meios para se relacionarem com a mesma. Há impactos, pelo caminho, mas no seio da família ou entre bons amigos geralmente o equilíbrio se restaura. Um membro hiperléxico não corta laços de família, não desfaz amizades, não dispensa o sentimento de solidariedade entre as pessoas.

COLOCAÇÃO NA ESCOLA
As professoras precisam fazer alguns ajustes no currículo escolar, para a criança hiperléxica. Algumas são mais prestimosas do que outras, para essa tarefa que requer atenção especial quanto a alguns pontos, como: lotação da sala de aula, intensidade no programa de desenvolvimento da linguagem, flexibilidade do programa de modo geral.Idealmente a sala de aula não será grande, mas também não deve ser muito pequena. É importante que a criança hiperléxica tenha coleguinhas em número significativo, para que possa aprender a ser parte de um grupo e observar a interação social de outras crianças; se a classe for muito numerosa a criança hiperléxica poderá se sentir sobrepujada e expressar esse sentimento através de conduta desagradável. Ademais, em classe numerosa, professora e auxiliares disporão de pouco tempo para fazer o que for necessidade exclusiva da sua criança, com ter que escrever tudo que bastaria ser dito oralmente.
O programa deve ter fortes elementos para desenvolver a emissão e a recepção da linguagem. Professores e auxiliares deverão valer-se da aptidão de ler das crianças, para desenvolver a compreensão e a utilização da linguagem. Esteja atenta para perceber sinais de que a criança está recebendo da professora maneiras criativas de encorajar as crianças a usar palavras em variadas colocações. É essencial que a professora seja flexível. Sugestões têm surgido, para a criação de salas de aula destinadas a hiperléxicos, em razão da sua conduta indócil. Não é uma colocação apropriada, dado que os problemas de conduta da criança hiperléxica estão ligados à linguagem. Talvez um ambiente exclusivo, ou predominante, de hiperléxicos, não proporcionaria facilidades para a abordagem natural do problema, que seria, justamente, proporcionar a convivência de crianças hiperléxicas e crianças não hiperléxicas. A chave do sucesso encontra-se com freqüência, nas classes comuns ajudadas pelos serviços auxiliares; a criança pode ter assistência de um fonoaudiólogo, um professor especialista em dificuldades de aprendizagem, um professor de reforço ou um assistente social. A professora da classe, trocando idéias com essas pessoas, também receberá ajuda para atravessar as horas difíceis.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

DIÁRIO DO ANDRÉ - DE 06 DE ABRIL A 11 DE JUNHO DE 2013

Esse tempo que se passou de abril até hoje, foi bem cansativo e estressante, mas também com muitas novidades . Dia 23 de maio, caiu o primeiro dentinho de leite do André, e eu que estava tensa imaginando como seria difícil quando isso acontecesse, fiquei até impressionada com a tranquilidade que foi. Um dia o dente amanheceu mole , ficou algum tempo assim, e um belo dia, na escola, ele estava fazendo atividade, pôs a mão na boca e tirou o dente. Fácil assim, nem sangue saiu. Ainda falou: "olha, um dente"...Percebi com isso, que muitas vezes, nas minhas neuras, fico me angustiando com o que ainda está por vir, em vez de deixar rolar, fico achando isso e aquilo, e no fim, tudo dá certo, é só parar de ficar fantasiando e antecipando problemas...que nem sempre vêem. O dia 29 também era uma grande preocupação, pois todo dia ele ficava perguntando se já era dia 29 - pois é a data do seu aniversário - e se ele já ia ganhar seu tão pedido e tão sonhado Nintendo 3DS. Pois o dia chegou e se foi, e ele nem percebeu que era seu aniversário. Como os primos do Lony foram pra Miami, pedimos que trouxessem de lá o bendito Nintendo 3DS (com jogo do Mario Kart 7 lógico). O único problema é que iriamos buscar na casa deles em São Paulo só no dia 30 de maio, que era o feriado, então combinamos que não falaríamos nada pra ele no dia do aniversário, para não gerar angústia e brigas, afinal, ele estava esperando esse dia para poder ganhar o presente. Fiquei esperando para ver se ele iria se lembrar ou dizer alguma coisa. Nada. Foi como um dia qualquer, não falou nem cobrou nada. Beijei-o e lhe desejei feliz aniversário só na minha mente, com medo que ele soubesse que dia era, e preocupada que alguém lhe desse os parabéns. Se alguém no CEMA ou na escola falou alguma coisa, nunca saberei, pois ele não se manifestou. No dia seguinte, fomos pra São Paulo, a madrinha fez um bolo - que eu enfeitei de Bakugan, como ele pediu, ele nem ligou nem pro bolo nem para os outros presentes que ganhou, mas na hora em que lhe entreguei o nosso presente, ele ficou tão excitado tentando abrir a embalagem que quase o derrubou. Quando finalmente abriu, soltou um EU CONSEGUIIIII, MEU NINTENDO 3DS, COM MARIO KART 7!!! EU CONSEGUI!!!, que não teve um que não risse...na hora já começou a jogar, e esqueceu todo resto, ficou tão excitado que ficava sentado na cadeira jogando, agitando as perninhas e mordendo a boca e a língua. O único problema, é que no dia seguinte disse que podíamos vendê-lo porque ele não queria mais. Tudo porque o game é em 3D, e não tem só jogo do Mario Kart 7, tem vários outros joguinhos, todos em 3D, e, não sei se ficou com medo, ou não conseguiu entender, só sei que ficava apavorado toda vez que ligava o brinquedo. Agora parece que está se interessando de novo...Desde que ninguém tente jogar nada que não seja o Mario Kart...Nessas últimas semanas ele voltou a ficar agressivo e agitado, e consequentemente a dar trabalho na escola. Dois bilhetes em 3 dias, dizendo que está agredindo os coleguinhas, e até a monitora, chegou a jogar a carteira no chão, porque ficou estressado com a atividade que a professora pediu que ele fizesse . Se recusa a fazer qualquer atividade, não quer ir a escola, todo dia vai contrariado. Não sei bem o que ocorre, pois quando eu o indago, recebo sempre a mesma resposta, que está tudo bem, que brincou, que comeu, que fez atividade...todo dia as mesmas coisas, na mesma ordem....no dia em que veio o bilhete, relatando o incidente da mesa que ele jogou no chão, eu fui sondando com ele, perguntando se não tinha acontecido nada mesmo, fui puxando assunto, insinuando, e ele foi relatando algumas coisas, meio confusas, que caiu a carteira, que não brincou no parque, que a Maureen ficou brava...na maioria das vezes só afirmava o que eu perguntava, mas de uma forma ou de outra me relatou do seu jeitinho o que aconteceu...aos poucos e me pedindo desculpas... como eu estava sabendo do que tinha acontecido, ficou mais fácil chegar nele, fazê-lo falar, fui dizendo que ele não podia ter esse tipo de comportamento, que não podia bater nos amiguinhos, pois dói, disse que tem que fazer carinho, que assim os amiguinhos iriam querer brincar com ele. Por enquanto deu certo, fazem dois dias que não tenho reclamação... Com o André é assim, a gente sempre tem que aprender como chegar nele, como indagar o que se quer saber, aos poucos vou percebendo que tenho que formular melhor as perguntas, para obter respostas reais e não só a afirmação do que foi perguntado, todo dia com o André é diferente, é um novo aprendizado da melhor forma de lidar com ele. Pois a cada dia ele está mais esperto, aliás, esperto até demais quando se trata de seus interesses... agora entrou no embalo de ficar abrindo contas no orkut, para poder se mandar presentes no vila mágica. Até aí tudo bem, eu fico do lado dele e o ajudo (só supervisionando, porque ele não aceita ajuda), o problema é que na hora de colocar senha, ele digita rápido demais, e muitas vezes quer escrever uma coisa e sai outra, então não sabe as senhas que coloca, e ninguém consegue acessar nenhuma conta que ele abre (nem ele).Aí pronto, lá vem stress, choradeira, quer acessar a conta, não consegue (óbvio, não tem a senha), briga, quer quebrar o computador... E não fica por aí, já mudou minha senha no google umas duas vezes, não posso acessar minha conta na frente dele, pois o danadinho fica de olho na senha que digito (e memoriza!!). Outro dia eu disse para ele padronizar as senhas, colocar a mesma senha em todas as contas que ele abrir. Não deu outra, no mesmo dia mudou a senha da minha conta também...Haja paciência...o pior é que ás vezes a paciência se esgota, aí fica complicado, tenho que sair de cena até me acalmar, para não esquentar o bumbum dele, rsrsrs. De uns tempos pra cá, ele começou a querer fugir quando algo o desagrada...Simplesmente sai andando...o problema é que onde ele estiver ele saí andando, e isso se torna perigoso quando estamos na rua...temos que ficar atentos a esse novo comportamento, pois já li muito sobre autistas que fogem, simplesmente saem andando e acabam se perdendo..

VÁRIAS FACES DO MEU ANJO QUERIDO


DIÁRIO DO ANDRÉ - 27 DE ABRIL DE 2022 (versão especial)

 Então, já faz algum tempinho que esse blog já tá abandonado, apodrecendo e criando mofo, sabe... então decidi fazer uma breve atualização, ...